LRN recebeu, inclusive de colegas da imprensa regional, áudios e um vídeo mostrando uma mulher ensanguentada e dando a acreditar que o fato teria ocorrido no interior do município de Morro do Chapéu.
FAKE NEWS!
Após contatos com autoridades do meio ambiente e da polícia, confirmamos a inverdade como também trazem a matéria do G1 sobre a tentativa de feminicídio:
É #FAKE que mulher ferida mostrada em vídeo foi atacada por onça
Mulher foi vítima de um ataque a faca. Biólogo explica que ferimentos não são compatíveis com ataque de onça.
Por Roney Domingos, g1
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma mulher gravemente ferida, com cortes profundos nos braços e nas costas. Áudios que acompanham o vídeo afirmam que a mulher foi vítima de um ataque de onça. É #FAKE.
Um dos áudios diz: “Aê, rapaziada. A onça atacou a mulher lá na cachoeira grande. Véu da Noiva. Galera que gosta de cachoeira e que gosta de ir para dentro do mato, toma cuidado que tem uma onça solta lá.” Outro áudio diz: “Toma cuidado, que é ali na Baratinha. Cuidado quando for passar naquela ponte ali, que a mulher estava cuidando dos porcos, vai saber de onde essa onça veio”. Um terceiro diz: “Bom dia, rapaziada. Isso aí foi uma onça. Ó o que que fez na coroa aí.”
A mulher mostrada no vídeo não foi atacada por uma onça. Ela foi vítima de golpes de faca. Pesquisa pela origem das imagens aponta para jornais que relataram o episódio, ocorrido não no Rio de Janeiro —mas em Rio Maria, no Pará.
Ao Fato ou Fake, a Polícia Civil do Pará informa que o vídeo é relacionado a uma tentativa de homicídio, em março de 2024. O homem foi preso em flagrante por tentar matar a própria mãe. O suspeito do crime está à disposição da Justiça. A mulher foi encaminhada para atendimento médico.
O Fato ou Fake mostrou o vídeo para o biólogo Izar Aximoff, coordenador do projeto Onças Urbanas. “Onça não faz isso. Normalmente as onças atacam suas presas no pescoço ou cabeça. Além disso, não somos presa de onça”, diz.
De acordo com ele, elas de alimentam de animais na floresta e fogem da presença humana. “Mesmo dos índios elas fogem. Deve ser por medo”, complementa.
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