Filha do casal Ariane Souza da Silva e Jubilino Cunegundes, a morrense Laryssa Garcia enche de orgulho a família morrense.
Imagine participar de uma olimpíada do conhecimento, ser medalhista e ainda ganhar bolsa de iniciação científica para desenvolver projeto de pesquisa em área relacionada. Essa foi a conquista da jovem Laryssa Garcia, estudante do 2° ano de eletromecânica e medalhista de prata no Torneio de Física para Meninas 2024.
A competição é gratuita e envolve estudantes do gênero feminino de escolas públicas e privadas de todo o país, tanto do ensino fundamental quanto do médio, em torno de duas fases: a primeira online, com questões objetivas, e a segunda presencial e discursiva, envolvendo assuntos como mecânica, termodinâmica e eletromagnetismo.
Iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Instituto Internacional de Física e Movimento Meninas Olímpicas, o Torneio conta com apoio da Sociedade Brasileira de Física, CNPq, além de outros IFs e universidades.
O desempenho dos participantes pode garantir bolsa de IC, como a de Laryssa. “É com grande alegria que compartilho uma conquista que ficará para sempre marcada na minha trajetória acadêmica: a medalha de prata no Torneio de Física para Meninas, uma competição que valoriza o talento feminino na ciência e desafia jovens a explorarem seu potencial no estudo. Essa experiência foi não apenas um desafio, mas também uma oportunidade incrível de crescimento pessoal e intelectual. Essa conquista me abriu as portas para algo ainda mais especial: uma bolsa de iniciação científica, que me permitirá explorar ainda mais mundo da Física e contribuir com novos conhecimentos. Quero dedicar um agradecimento muito especial ao professor Beliato, que, com seu entusiasmo e dedicação, foi peça-chave para a conquista dessa bolsa. Sua paciência, incentivo e confiança fizeram toda a diferença. Que essa conquista inspire outras meninas a se apaixonarem pela ciência e a acreditarem que elas podem alcançar tudo o que desejarem!”, comenta a jovem.
INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM FOCO
Durante oito meses e sob orientação do professor Beliato Campos, doutor em física, a estudante irá desenvolver pesquisa para avaliar a qualidade da água. Intitulado Potenciais do campo magnético: efeitos que contribuem para os parâmetros de qualidade da água o estudo buscará entender como os campos magnéticos podem influenciar propriedades físico-químicas da água, contribuindo para o desenvolvimento de métodos que otimizem a preservação de recursos hídricos e melhorem a qualidade da água consumida. “É um tema de grande relevância ambiental e científica, e estou muito animada para contribuir com novos avanços nessa área”, acrescenta Laryssa.
“O consumo de água cresceu mais do que o dobro da taxa de aumento populacional no último século. Combinado com um abastecimento mais irregular e incerto, isso agravará a situação de regiões que já apresentam escassez de água e produzirá estresse hídrico em regiões onde os recursos hídricos ainda são abundantes atualmente. A ideia é pensar em meios que aumentem a segurança, a eficiência do tratamento e a qualidade das águas, relacionando o avanço tecnológico e econômico, por exemplo, a diminuição do consumo de produtos químicos. Assim, tem-se a seguinte questão: Quais os efeitos que o campo magnético causa nos parâmetros de qualidade da água?”
É o que destaca trecho do projeto, que contará com a construção de experimento de magnetismo para análise das amostras. Os experimentos serão realizados nos laboratórios especializados do próprio campus. Nesse sentido, os resultados obtidos pretendem contribuir para meios menos invasivos e melhoramento da qualidade de água para as comunidades.
“A proposta relaciona conhecimentos diversos que abre uma série de oportunidades no campo da Física e outras áreas relacionadas, o que desperta o prazer em associar o conhecimento que é aprendido em sala de aula para resolver problemas encontrados na sociedade. Como devolutiva, os resultados desse trabalho serão apresentados em formato de artigos a empresas de saneamento básico da cidade bem como a comunidade de Itaitu, como forma de refletir demandas das futuras gerações pensando na qualidade de vida. Espera-se que tais atividades deem forma a um acervo de conteúdos científicos dinâmicos, através dos mais diversos ambientes formativos, colaborando para o protagonismo juvenil e a criticidade”, destaca o professor.