O escritor Joswilton Lima registrou os seus livros na Biblioteca Nacional do Brasil e está de posse dos Certificados. Para aquisição do livro físico ou digital é só clicar na capa:
Mais um livro do escritor Joswilton Lima, autor dos Episódios do Junhão. Com o título de “O Cigano Violeiro” é um conto fantasioso destinado ao público adulto e juvenil que narra as superstições existentes nas comunidades rurais do interior.
O livro relata a vida simples e feliz dos personagens, mas que é totalmente alterada devido a visita inesperada na região de um indivíduo pernicioso.
A ficção da estória irá deixar os leitores surpreendidos por causa do final fantástico.
As ilustrações também são autor. A capa é uma pintura digital com o mouse, experiência nova que mesmo com toda a dificuldade da adaptação, deu um bom resultado.
As ilustrações internas são fotos de pinturas a óleo, também do autor.
A seguir, Episódios do Junhão I e II. Para adquirir basta clicar na imagem:
Joswilton Lima também é autor de ‘Enígmas da Escuridão’ e você também tem acesso ao livro para aquisição, pelo link que está na imagem, basta clicar:
Agora que você chegou até aqui, continuamos a usufruir da criatividade de amigos (as) que, por meio da sua atividade literária, presenteiam nosso leitores com textos de encher os olhos e fazer a alma viajar:
BABÁ DE BEBÊ
JUNHÃO
Trinta e quatro anos de idade. A residência que Ceiça se esmera em zelar para deixar bem limpa está toda revirada. O apartamento está todo bagunçado com fraldas descartáveis usadas, mamadeiras sujas e panelas lambuzadas de mingau espalhadas por cima dos móveis e até no chão. O único cômodo em que a imundícia não está presente é no quarto de Ceiça, que se isolou para não ver a desordem em seu lar. O motivo de tanta sujeira é uma criança que foi deixada lá para ficar sob os cuidados do pai, já que o mesmo nunca havia pago a pensão alimentícia.
Junhão está nervoso com a zoada promovida pelo bebê que esperneia raivoso provocando o maior escarcéu com um choro incessante. Angustiado por ter que cuidar do filho, aproxima-se do carrinho onde a criança está, para ficar observando-a. Está pasmado com a fome insaciável que o guri sente. Para que o menino pare de chorar é necessário que ele vá diversas vezes na cozinha preparar mamadeiras para acalmar o pequeno esfomeado. Além disso, a todo momento tem que trocar as fraldas sujas do filho.
Está com o semblante decaído revelando o sofrimento que sente por causa do trabalho que está tendo e, principalmente, porque Ceiça lhe retirou todos os privilégios que usufruía. Por causa disso está impedido de ir frequentar as noitadas. Deprimido com a sua situação atual, coça a cabeça e depois coloca as mãos na cintura, enquanto contrai os lábios aparentando arrependimento por ter engravidado a criatura que abandonou o rebento em sua casa.
Mas, a sua revolta maior é porque Ceiça não quer cuidar do neto para que ele possa continuar a curtir a vida normalmente participando das farras. Contudo, a mãe está intransigente e se recusa de forma peremptória a assumir tal obrigação. Ela afirma que o filho deveria ter se precavido para evitar o transtorno pelo qual está passando. A alegação dela é a de que “quem pariu Mateus que balance”.
CEIÇA
Cinquenta e quatro anos de idade. Por adorar ter a casa sempre muito limpa, ela fica desesperada com a situação caótica em que o seu apartamento se encontra. Está chorosa e lamenta:
– Oh meu Deus!… O que foi que eu fiz pra merecer um castigo desse?!… O malefício na minha vida começou depois que uma sirigaita de nariz empinado de vulgo Marlene deixou esse “pestinha” aqui para acabar com o meu sossego.
Indignada, reclama:
– Mas o maior culpado pelo meu sofrimento é o “pestão” do Júnior que vive se misturando com as “biribanas” e olha aí o resultado!
E continua a falar indignada:
– A vida do Júnior é apoquentar o meu juízo. Agora eu soube que esse sem-vergonha andou se esfregando com a maloqueira que largou esse “mandú” aqui em casa.
E continua com a lamentação:
– O menino invasor é um treiteiro mirim; apesar de só ter um ano de idade, é sonso parecendo que foi ensinado a ser malandro.
A seguir comenta, referindo-se ao neto:
– Essa miniatura de mau elemento quando chegou não dava um “pio”, parecia ser uma criança tranquila.
De repente fica com raiva e fala:
– Mas bastou o “sujeitinho” perceber que já estava arranchado aqui, pra começar a transformar a minha casa nesse pandemônio.
Ainda revoltada, acusa:
– Mas a culpa de tudo é da “miséra” do Júnior que fez esse bastardo na rua e agora estou sendo obrigada a aguentar os escândalos dessa imitação de gente!
Depois clama magoada:
– Oh, meu Deus! Onde foi que eu errei para o Júnior ser assim tão desajuizado?!…
A seguir relembra em detalhes como foi o começo desse transtorno em sua vida:
– Eu estava na paz de Deus quando tocaram a campainha da porta com insistência. Olhei pelo olho mágico e vi uma fulana parecendo ser uma mendiga.
E continua o relato da sua desventura:
– Fiquei compadecida com o aspecto dela e da criança que trazia escanchada nas cadeiras e quis lhe dar uma esmola.
Desgostosa com a atitude caridosa que teve, conta com raiva:
– Assim que destranquei, ela empurrou a porta com brutalidade e invadiu o meu apartamento se sentindo cheia de direitos.
Sentindo-se sob a proteção divina, revela:
– Na hora fiquei assustada com a petulância dela e Jesus “mim” avisou que a intenção da sujeita era sair da favela pra “vim” morar aqui em casa.
MARLENE
Dezesseis anos de idade (segundo ela). Morena de pele escura, magricela, baixa estatura, cabelos crespos alisados, blusa branca, quase transparente e microssaia amarela. Tem piercings no nariz, nas bochechas, sobrancelhas, língua e vários brincos nas orelhas. Ostenta nos dedos finos muitos anéis e alianças, imitação barata de ouro e prata. Também adorna o pescoço delgado com uma corrente fina pendurando um pingente em forma de coração. Apesar da cor ser amarela, também é uma jóia sem valor. Mesmo usando uma parafernália fajuta ela se acha o máximo da grã-finagem.
Posuda, após entrar espevitada no apartamento, anda rápido em direção ao sofá e se senta demonstrando nervosismo. A seguir cruza os cambitos e levanta a blusa para amamentar o filho no colo. Apesar da aparência frágil, dirige-se à Ceiça de forma arrogante e exige ditando uma ordem com estupidez:
– Quero falar com Juninho! Vá logo chamar ele pra gente acertar umas contas!
CEIÇA
Fica revoltada com o atrevimento da moça. Franze a testa e responde enfezada cuspindo fogo:
– Que contas?!… E o meu filho deve lá coisa nenhuma a gente da sua laia?!… Além do mais o nome dele não é Juninho e sim Alcebíades Júnior, um futuro “dotô”!
Para desestimular a visita, mente:
– Não vou chamar ninguém porque ele não está aqui em casa faz um tempão. Ele viajou para o interior e nunca deu notícia de onde estava.
Depois determina:
– Portanto “tire o seu cavalo da chuva” e vá chispando daqui de minha casa.
MARLENE
Após ter sido enxotada, fica irritada e reage com desaforo. Muito raivosa, afirma quase gritando:
– Não vou sair daqui, enquanto não falar com o vagabundo do seu filho!
Ainda enraivada diz o motivo da sua decisão:
– Não vim do subúrbio até aqui para ser botada pra fora igual a um cachorro sem dono!
Determinada, ordena com deboche:
– Vá logo chamar ele, porque eu não tenho tempo a perder pra ficar olhando a sua cara enrugada!
CEIÇA
Imediatamente ela alisa o rosto para verificar se a ofensa é verdadeira. No entanto, ela não percebe que o seu rosto está vermelho e com a cabeça fumaçando de raiva por causa da audácia da moça. Então fala esbravejando:
– Já lhe disse que o meu filho não se encontra em casa, você é surda!!!…
Muito zangada, dá um esporro:
– Vá resolver os seus assuntos longe do meu lar, sua quenga, porque aqui não é lugar de baixaria! Eu garanto que o meu Júnior não tem nada a ver com eles.
Depois exclama com raiva:
– Portanto, volte logo pra ralé de onde veio, que é o seu lugar. Vaza daqui “miséra”!
A seguir reclama com raiva:
– E tire os pés sujos de cima do meu sofá, porque você não está na casa da sogra, ouviu bem, sua “desincha vida”?!!!
Sente falta de ar por estar enraivada, mesmo assim ela lamenta:
– Estou pesada mesmo!… Não vou na casa de ninguém pra não incomodar, mas o satanás não “mim” dá sossego. Dizem que, quando o diabo não vem manda o secretário.
Para completar o seu raciocínio, afirma enfezada:
– Pouco tempo antes eu estava orando para Cristo, mas o tinhoso mandou uma secretária da pior qualidade pra perturbar a minha paz de espírito.
Para um pouco e depois comenta:
– Estava tranquila cuidando dos meus afazeres, quando aparece essa “fulaninha” petulante que nunca vi “na feira vendendo maxixe” e se senta “toda espojada” no meu sofá.
Ainda sufocada pelo ódio que sente, continua se queixando:
– Depois a sujeita suspendeu a blusa e, sem a menor cerimônia, puxou pra fora um peito mole, parecendo uma pelanca, pra “dar de mamar” ao menino “véio insanguido”.
Penalizada com o estado da criança, fala:
– Dá dó de ver o infeliz, porque só tem barrigão, cabeça grande e pereba no couro. É tão magrelo que é só o osso e o couro.
A seguir, indaga-se:
– Será que essa peste atrevida pensa que o meu apartamento virou creche?!
MARLENE
Ouve tudo em silêncio de cabeça baixa, pensativa. Apesar de estar calada ela está muito irada. Quando percebe que o menino já havia acabado de ser amamentado, ela guarda o seio sob a blusa (não usa sutiã) e brada injuriada:
– Escute você agora, sua velha desaforada! Alcebíades Júnior é justamente o nome do cafajeste que me iludiu e fez essa criança aqui! Depois, quando viu que não tinha como consertar o malfeito, o sujeito mau-caráter sumiu.
Para concluir as acusações, diz:
– E também eu não vim aqui pra ficar ouvindo bolodório seu. Eu vim para conversar com o salafrário do seu filho, ouviu, sua coiteira!!!
CEIÇA
Nessa hora Ceiça fica revoltada com a acusação contra o filho e profere com lamúria:
– O meu Juninho é inocente! Ele ainda não tem idade pra andar por aí fazendo filho à toa com uma “talzinha” qualquer!
Depois, faz bico com os beiços apontando para o neto e diz com desdém:
– Se realmente ele fez essa coisa horrorosa é porque você botou o meu menino inocente a perder.
MARLENE
Fica indignada com o que ouve e reage falando de modo ríspido:
– A senhora pensa que sou alguma besta?!… Vem “pracá” me dizer que eu botei a perder um perdido igual a ele! É cada uma que vejo! “Tou” pra ver uma mãe iludida igual a essa!…
CEIÇA
Querendo amenizar a situação no intuito de se livrar da visita incomodativa, fala demonstrando compreensão:
– Está bem minha querida, já entendi tudo. Agora você deixa o seu nome, endereço e pode ir embora. Se eu conseguir localizar o Júnior eu “mando ele” entrar em contato com você para resolver esse perrengue.
MARLENE
Percebendo que Ceiça quer mandá-la sair por jeito, fica alterada e esbraveja:
– Não venha com papo-furado, porque não “tou comendo o seu régui” de “um-sete-um” com essa conversa mole. Fui instruída por um “adevogado” de que o sumiço do pai não implica em nada.
E afirma para amedrontar Ceiça:
– Nesse caso a responsabilidade passa a ser dos avós, portanto eu vou embora e o menino vai ficar aqui pra você cuidar, porque é a sua obrigação de acordo com a lei.
CEIÇA
Nesse momento fica desesperada. Angustiada, argumenta com raiva:
– Oxente?!!!… Que diabo de lei errada é essa?!… Quer dizer que o vagabundo faz o malfeito nas pirambeiras e depois os pobres dos avós é que têm obrigação de tomar “de conta” do “bastardinho”?!…
Indignada, contesta:
– Essa tal de lei eu não engulo, nem a pulso!!!
A seguir fala demonstrando indignação:
– É cada uma merda que a gente vê nessa vida… Votamos nesses pestes e eles só legislam contra o povo. Onde já se viu uma ingratidão dessa?!…
Ainda inconformada com a informação, explana o que pensa:
– Quando eles assumem o poder, essas “miséras” invertem tudo; o que era certo vira errado e o errado vira certo. Não sei aonde a gente vai parar com tanto desatino.
Espumando de raiva, ameaça prometendo:
– Mas, “destá jacaré que a lagoa vai secar”. Darei o troco nas próximas eleições.
Exasperada com a situação periclitante, aproveita para mandar um recado:
– Diga ao seu rábula que não adianta ele ficar enchendo a sua cabeça com baboseiras, porque da minha mão ele não vai rapar nenhum tostão!
Depois completa o raciocínio:
– Eu não tenho nenhuma culpa sobre o ocorrido, porque estou sendo a última a saber desse descaramento. Portanto a obrigação de cuidar é sua, que pariu esse troço.
Continua a falar para se defender:
– Escute bem, mocinha! Por acaso é só eu que sou avó?!… E a tua mãe, não é avó também?!… Afinal, ela é a culpada por você viver solta na orgia.
Muito enfezada, ordena:
– Portanto, entregue o seu “baguio” pra ela tomar “de conta”!
A seguir, muito nervosa com o fato, descarrega a sua raiva:
– Garanto que você nem sabe quem é o pai e vem com essa cara de pau dizer que esse “fulaninho” é fruto das suas libertinagens com o meu filho!
E afiança sobre a inocência de Junhão:
– Garanto que jamais o meu Júnior teria a audácia de se misturar com gentinha de ponta de rua. Eu conheço muito bem o meu filho.
Referindo-se ao neto, completa com deboche:
– Também você precisa provar se essa “coisinha” aí é realmente filho do Júnior, que é um rapaz muito direito, obediente, sabedor dos seus deveres, principalmente aquele de não se envolver com “piriguetes”.
MARLENE
Fica enfurecida com a acusação de Ceiça e se defende:
– Não foi nada disso como você está falando… O Juninho me seduziu dizendo que vocês são muito ricos e que o pai dele é dono de uma fazenda em Floresta Azul com mais de trinta mil cabeças de bois nos pastos.
Demonstrando humildade, continua relatando a sua versão:
– A minha família é pobre, por isso a minha mãe me liberou para ficar saindo com ele pensando que estava ajeitando o meu futuro. Depois que ele fez o filho “tirou o corpo fora”!
Simulando estar desiludida, fala choramingando:
– E eu fiquei sozinha na “rua da amargura” pra criar um filho sem pai…
CEIÇA
De repente fica pensativa coçando o queixo ao se lembrar de que o filho fizera uma viagem àquela cidade para o noivado frustrado com Eugênia, a filha do coronel Clemente. Logo após concluir o raciocínio, a cabeça dela volta a fumaçar parecendo que vai explodir de raiva. Os olhos vermelhos estão esbugalhados parecendo querer saltar das órbitas. Ressabiada com a informação de Marlene ela “murcha a bola” e fala com modéstia:
– Nós também somos pobres, minha filha. Embora a gente more aqui na Pituba, pense bem: se o Alcebíades pai tivesse a fortuna que o Júnior falou, a gente estaria morando num apartamento simples de dois quartos?!…
E completa o raciocínio para fazê-la acreditar no que diz:
– Se o pai de Júnior tivesse tanta riqueza, ele estaria andando de “buzú”, porquê?
Para ser mais convincente, querendo se livrar do problema, mesmo a contragosto, acusa o filho:
– O Júnior é um mentiroso de nascença; esse menino mente porque gosta. Agora que você já sabe de toda a verdade, pode voltar pra casa com o seu filhinho.
MARLENE
Fica irritada com o rumo da conversa e ameaça:
– Se você não quer resolver por bem, vai ser por mal! Vou dar parte dele na delegacia de polícia, porque eu sou “de menor”. Além de ter me desencaminhado, ele também me fez tomar muitos chás de arruda. Mas graças a Deus o menino nasceu sadio.
CEIÇA
Fica indignada com o que ouve. Arregala os olhos e exclama:
– Ele fez isso, foi?!… Ah, sujeito safado!… Não sei aonde foi que ele aprendeu a fazer essas coisas erradas!
Temerosa com o que poderá acontecer ao filho, Ceiça rechaça a ameaça dizendo quase implorando:
– Você “tá” doida criatura?!… Querer mandar prender o Juninho, o pai do seu filho?!!!…
Usando de artimanha, fala na falsidade para livrar o filho de problemas:
– Pode deixar esse nenê lindo aqui que eu vou tentar localizar o Júnior pra ele “vim tomar de conta” do filho dele. Essa criança linda e maravilhosa é uma dádiva divina.
A seguir fala com suavidade:
– Não se preocupe com nada, porque eu te dou a minha palavra de que o meu filho vai ser um excelente pai. Agora, se “mim” der licença, pode ir embora, certo querida?!…
MARLENE
Fica contente por ter atingido o seu objetivo de se livrar do filho e se despede contente com beijinhos para ir embora.
CEIÇA
Embora esteja muito contrariada, retribui a despedida simulando sorrir. Muito fingida, diz enfática:
– Vá na paz do Senhor, irmã! Que Deus lhe proteja no seu caminho. Vou ficar orando para que a sua vida seja cheia de glória e muito feliz.
Ainda não satisfeita com a bajulação, continua:
– Adorei ter lhe conhecido, minha querida. Estou muito contente com essa benção que você está deixando aqui em casa.
E para completar a sua hipocrisia, afirma demonstrando gratidão:
– Eu sempre quis ser avó e você realizou o meu sonho. Jesus Cristo que te acompanhe. “Tchauzinho”, amada…
QUANDO MARLENE VAI EMBORA – A CONFUSÃO CONTINUA
Ceiça fica enfurecida de repente e resmunga praguejando:
– Vai com a peste, sua “disgraça” infame! Volte logo pro esgoto de onde saiu, sua alma sebosa! O diabo que te carregue “pros quintos dos infernos”, sua “miséra”! Safada, ousada, corruptora de rapazinho sem malícia!
Ainda enfezada, diz condenando:
– A sujeita é uma mãe desnaturada! Deus não deveria consentir a maternidade a certos tipos de criaturas iguais a essa. Que instinto maligno o dela, abandonar uma criança inocente!…
Mas a sua indignação não para e continua falando irritada:
– Aquela fulana é uma “monstra”, que não tem perdão! Assim como ela largou o menino aqui em casa, poderia ter abandonado a criança em qualquer lugar sem se preocupar com o que poderia acontecer de ruim ao coitado.
O esculacho continua:
– Ela deveria saber que abandono de incapaz é um crime! Isso é lá marca de mãe?!!!…
Espumando de raiva, diz:
– Eu vejo reportagens na televisão onde tem “fela da puta” que pare e bota a “criaturinha” enjeitada até em lixeira. Essas pestes não deveriam parir!…
Ainda enfezada, prossegue:
– Com certeza aquela biscateira que largou a “miserinha” esfomeada aqui vai cair na gandaia pra fazer outro filho com um “oreba” igual ao Júnior.
Mas as queixas dela não param:
– A inditosa cínica envolveu o meu filhinho e agora estou sofrendo com esse berreiro infernal o tempo inteiro no meu “pé do ouvido”.
Sentindo-se aliviada, comenta:
– Ainda bem que Alcebíades, meu marido, não vem neste final do mês porque senão o coitado ia endoidar com tanta perturbação que essa criança desordeira faz.
A seguir confidencia com o semblante tenro:
– Alcebíades fica feliz com a tranquilidade do nosso lar. Ele adora ouvir o Júnior falando longamente sobre os estudos e projetos mirabolantes que irá fazer, quando estiver formado.
Após parar um pouco, volta ao assunto sobre a vida desregrada do filho. Fala raivosa:
– Eu cansei de avisar a essa “miséra” do Júnior pra usar a tal da camisinha. Eu sabia que as farras iam dar nisso! Mas, “quem não ouve conselho, não pode ouvir coitado…”. Por isso vou deixar que ele se arrombe sozinho com a bucha que arranjou…
Depois, assumindo ares superiores, vaticina:
– Esse baixinho arruaceiro está arrombado, porque o pai é um exterminador de futuro. O Júnior, além de ser preguiçoso, tem ojeriza a trabalho. Mas o meu Deus, que eu glorifico, ainda vai botar juízo na cabeça de vento dele.
A seguir, queixa-se e diz enraivada:
– Ele é um elemento arrogante comigo, mas na hora da confusão ficou quieto, murcho, com o “rabo entre as pernas”, escondido no quarto com medo. A bronca toda ficou pra “mim” resolver.
Vangloriando-se, afirma:
– Se eu não sou a Ceiça, uma mulher guerreira, era capaz da fulana malfeitora também ter ficado hospedada aqui em casa. Ah, sujeito molóide!!!
JUNHÃO
Por causa do falatório da mãe percebe que Marlene foi embora, então franze a boca e faz uma careta de deboche. Depois balança a cabeça desaprovando a lamúria da mãe.
CEIÇA
Ainda enraivada ela continua com as queixas dirigindo-se ao filho:
– Esse menino é um à toa; o traste só gosta de maloqueiras. Parece que ele tem o “dedo podre”, porque só escolhe o que não presta.
Revoltada com o fato, ela continua queixosa:
– Essa má “elementa” veio na minha casa pra “mim” enlouquecer de dor de cabeça!… Até parece que foi “coisa mandada” por espíritos ruins.
De repente ela franze o bico, coça o queixo com o dedo indicador e se questiona:
– Será que isso é arte do exu “Zé Pilintra”? Esse sujeito deve estar se vingando de mim, porque tenho orado muito para que ele se desincorpore e escafeda da vida do meu filho.
Depois afirma com convicção:
– Só assim o Juninho vai parar com os desatinos para que eu tenha paz!…
A seguir reclama da situação do neto e do filho em sua casa:
– Eu já não estou aguentando essa dupla de farofeiros. Já vi que não adianta eu criar o Júnior com muito carinho, porque o sujeito só faz merda!…
Depois complementa a lamúria:
– A minha casa está suja parecendo um chiqueiro por causa desses dois bestas-feras!… E o bebê infrator ainda é pior do que o pai pra bagunçar com tudo.
JUNHÃO
Não aguenta mais ouvir o choro estridente da criança e vai apressado para a cozinha gesticulando muito, demonstrando estar enraivado. Angustiado, resolve fazer uma comida mais substancial para aplacar a fome do menino. Está ansioso para preparar um “sandubão sagaz” na esperança de pôr fim ao seu tormento.
Ele sabe que o sanduíche, cuja receita vai inventar na hora, irá aplacar a fome do filho, porque o mingau não está conseguindo. Após ter preparado o que irá utilizar, coloca maionese no pão de hambúrguer. Depois coloca dois bifes fritos, dois ovos mexidos na manteiga, rodelas de cebola, de tomate, alface americana, mostarda e ketchup. Os ingredientes são intercalados com fatias de salame, presunto tradicional e do tipo parma, mortadela, queijo muçarela, queijo prato e de pernil de porco. Depois Junhão tampa o enorme “sandubão” com a outra banda do pão e olha satisfeito para a sua obra-prima. E sorri satisfeito achando-o bem apetitoso.
Nota: queijo muçarela – essa é a grafia correta após a palavra estrangeira mozzarella, depois registrada como mozarela ser aportuguesada. Usa-se cê-cedilha de acordo com o sistema ortográfico vigente, apesar da forma escrita de modo errado com dois “ss” ser a mais difundida.
A seguir, insatisfeito com a vida atual, reclama:
– Que zorra!… Por causa do diabo desse bebê sem mãe, fui forçado a ser babá.
CEIÇA
Está revoltada com a chegada do neto para morar em sua casa, por isso pragueja em voz alta:
– Eu não aguento mais essas duas criaturas!… Esses pestes estão infernizando a minha vida!… Esse “malandrinho” parece que nunca viu comida! Também pudera, com uma mãe daquele tipo…
JUNHÃO
Não resistindo ao apelo visual do sanduíche, ao invés de levar para o filho, ele come tranquilamente o sanduíche com um refrigerante de dois litros. A criança ao ver o pai comendo, aumenta o berreiro e se esperneia dentro do berço demonstrando ter muita fome. Junhão pouco se importa com o escândalo do filho e continua merendando tranquilo. Após saborear o lanche, arrota alto e só depois de comer é que vai preparar outro “sandubão sagaz” para o bebê.
No entanto, ele está revoltado porque tem a opinião de que na sua casa as obrigações são bem definidas: o seu pai arca com as despesas, a mãe com afazeres domésticos, incluindo aí, cuidar do filho e agora do neto; portanto, a ele, cabe apenas farrear. Por isso está pirraçando a mãe deixando o bebê ficar berrando. Ele tem a convicção de que em pouco tempo, ela irá se afeiçoar ao neto e, com certeza, irá assumir todas as tarefas com relação ao menino para deixá-lo livre para as suas curtições.
Depois comenta contente:
– Se ele realmente for meu filho vai ter que encarar tudo que eu como. Nada de “mingauzinho” e nem de leitinho, porque senão ele vai crescer molenga. Aqui ninguém vai fazer “dengo” ao moleque que não permito.
Satisfeito, afirma gargalhando:
– O meu filho tem que ser muito macho! Se o “sujeitinho” topar o desafio de comer o “sandubão” com um litro de refrigerante ele vai ser aceito na tribo do Junhão.
Entusiasmado em poder comandar a criação do filho, diz enfático:
– Daqui a uns dias ele vai começar a comer feijoada completa, mocotó, rabada gorda e cozido com pirão; tudo com “molho lambão” de pimenta malagueta.
E determina com um largo sorriso:
– Quando o pivete tiver dez anos vou levar ele pra gandaia e ensinar a beber cachaça. A coroa vai pirar o juízo de vez, quando souber quem manda aqui.
Glorioso para que o menino seja uma cópia fiel dele, fala empolgado:
– E não vai adiantar a velha Ceiça ficar esperneando com lenga-lenga, porque quem dita a última palavra sou eu, o pai de Alcebíades Neto.
CEIÇA
Após ouvir qual será a dieta do neto, apenas exclama:
– Misericórdia!!!…
JUNHÃO
Não se importa com a opinião da mãe e depois de preparar outro lanche, volta para a sala aonde está a criança chorona. Ao chegar perto do berço joga o “sandubão sagaz” e o litro de refrigerante de modo desleixado dentro do carrinho de bebê. Imediatamente a criança começa a comer com voracidade e o silêncio impera no local. Apenas se ouve o barulho dos dentes de leite do pequeno glutão mastigando o “sanduichão”. Quando termina a comilança, após alguns segundos, ouve-se o estrondo do arroto do bebê que ecoa por todo o apartamento. Ao invés de estar satisfeito, o nenê volta a berrar querendo mais comida.
CEIÇA
Está sentada no sofá com as pernas cruzadas aproveitando o tempo de folga para lixar as unhas simulando estar calma. De vez em quando ela vira a cabeça, abaixa os óculos com o dedo indicador e olha de soslaio por cima dos ombros para observar a angústia do filho. Comenta baixinho consigo:
– Já vi que não precisa fazer o exame para comprovar a paternidade. A falta de educação dessa criatura minúscula é igual à do pai. Mas eu acho é bom toda essa balbúrdia para que o Júnior sinta na pele todo o trabalho que ele me deu quando era bebê. Aliás, até hoje ainda me dá trabalho.
Depois continua fazendo as queixas:
– Mas como ele é um cara-lisa e acha que o meu trabalho em casa é pouco, fez esse “pestinha” com uma libertina pestilenta só pra perturbar o meu juízo.
Enfezada com a situação, comenta:
– Estou pressentindo que no final das contas “o pau vai quebrar nas minhas costas”.
JUNHÃO
Revoltado com a fome do filho, volta à cozinha para preparar “batatas assadas recheadas”, cuja receita havia acabado de inventar para abrandar a zoadeira da criança. Acredita que essa comida é substancial para matar a fome de um adulto, quanto mais de um bebê. Irritado com a tarefa que terá de fazer, desabafa:
– Que zorra!… Que “carinha” esfomeado!… Rapaz…, nunca imaginei que filho desse tanto trabalho…
Chegando na cozinha, descasca rápido as batatas e coloca-as numa panela para cozinhar. Enquanto isso, besunta uma fôrma com manteiga e arruma com fatias de presunto, queijo, salame e batatas, após cozinhadas. Depois cobre com patê de atum, gemas de ovos batidas, pitadas de pimenta calabresa e orégano. A seguir põe no forno para assar. Após o extenuante trabalho, acende um cigarro e fica aguardando o assado dourar. Está irritadiço com o trabalho que está tendo. Enervado, resmunga chateado:
– Aquela miserável da Marlene me enganou: jurava o tempo todo dizendo que tomava remédio contraceptivo para se prevenir de gravidez!…
E continua sentindo muita raiva:
– Ela conseguiu enganar até a velha Ceiça dizendo que era “de menor”. A sujeita já tem vinte e um anos e se aproveita do fato de que é raquítica pra ficar mentindo sobre a idade.
A seguir confirma o que diz:
– Eu provo que a Marlene é uma vigarista, porque vi a idade dela na carteira de identidade. Ela foi no sanitário do bar e eu remexi a bolsa dela para ver a data do nascimento.
Depois continua narrando os fatos:
– A sujeita maléfica é uma parideira contumaz porque, apesar da pouca idade, descobri que já tem quatro filhos. Depois fica “tirando onda” de mocinha indefesa. Iludiu até Ceiça que é tirada a sabichona, mas caiu no papo da malandra.
Completa demonstrando satisfação:
– Ainda bem que fiquei quieto no quarto, assim que ouvi a voz da Marlene. Se eu apareço, ela e Ceiça iam armar o maior barraco. Na confusão a velha ia acabar perdendo o juízo de vez. Estou para ver uma criatura pirada igual à minha mãe.
Depois conclui aliviado, demonstrando o temor que sentiu durante o bafafá das duas:
– Ia ser o maior bafafá delas brigando e se agarrando pelos cabelos. Com o escândalo os vizinhos iriam chamar a polícia pra enquadrar todos aqui em casa. Mesmo eu sendo inocente, ia ser levado “de bolo” para a delegacia.
CEIÇA
Ao perceber que o filho está chateado, fica alegre e diz com a satisfação de quem se sente plenamente vingada:
– Está vendo aí?… Esse é o resultado das suas farras… Eu sabia que ia dar nisso… Coração de mãe não se engana nunca!
JUNHÃO
Ouve os comentários e a risadaria da mãe em silêncio. Vingativo, apenas diz:
– Quem ri por último, ri melhor!…
Quando o assado de batatas está pronto, ele tira do forno e aguarda um tempo para que fique morno. Depois ele coloca num prato e vai para a sala alimentar o filho. A criança gulosa fica feliz com a comida e devora tudo bem rápido. Após terminar, arrota alto, coloca o dedo polegar na boca para chupar e dorme um sono profundo. Ronca tão alto que a avó fica assombrada com a semelhança entre ambos. Depois de algum tempo a criança acorda e começa a chorar se esperneando como se estivesse sentindo a mesma fome.
Fica espantado com a compulsão alimentar da criança e exclama:
– Misericórdia!… Só pode ser doença essa fome dele. Ou então, pelo tamanho do bucho, o coitadinho deve estar com verme na barriga chamada tênia ou solitária.
CEIÇA
Está radiante em ver o Junhão agoniado por ter de cuidar sozinho da criança. Debocha gargalhando:
– Isso é o que você merece por causa das raivas que me faz! Agora estou vingada!
JUNHÃO
Ao ouvir o que a mãe lhe diz, dá um sorriso meio sem graça e encolhe os ombros demonstrando resignação. Balbucia:
– Essa velha que não tem coração. Não tem dó nem do netinho que está se esperneando de fome. Se ela não fosse uma mulher tão ruim, poderia ter ido fazer um “mingau de cachorro”, comida para enfermo que levanta até defunto.
Depois comenta demonstrando confiança:
– Só esse preparado feito com farinha de mandioca, água, sal, pimenta do reino e alho é capaz de calar a boca desse “morto de fome”.
A seguir fica revoltado e lamenta:
– O pior de tudo é ter que aturar a gozação dessa infeliz…
CEIÇA
Enquanto isso na sala, o bebê malcriado se estrebucha e chora com estridência. Devido ao barulho Ceiça fica enraivada e tapa os ouvidos. Para combater a zoada do neto ela cantarola alto para não ouvir os gritos da criança. Ao perceber que não consegue suplantar a choradeira do menino, começa a berrar muito alto imitando locutores testando aparelho de som para iniciar festas promovidas por “barzinhos” baratos:
– Alôoo!!! Chamando! Um, dois, três, testando! Aqui quem vos fala é Ceiça! Copiou?!!!
JUNHÃO
Ao ouvir a zoadeira da mãe balança a cabeça negativamente desaprovando a atitude dela. E comenta fazendo crítica:
– Ela está gritando e pulando parecendo uma pombajira, a parceira de exu. Depois essa criatura despirocada vem “pracá” me dizer que o “malucão” daqui de casa sou eu…
CEIÇA
Algum tempo depois de fazer muito barulho sem sucesso, ela lamenta:
– Coitado do meu filhinho… É tão jovem e já está com uma responsabilidade enorme dessa nas costas… Mas eu vou ajudar ele a cuidar dessa “criaturazinha” horrorosa que berra o tempo inteiro.
JUNHÃO
Está desesperado com o trabalho que está tendo, ao ouvir a promessa da mãe articula uma saída. De repente fica entusiasmado e diz:
– Essa peste velha vai se arrombar comigo! Vou deixar o Alcebíades Neto aí perturbando o juízo dela e vou farrear. Ela nem vai ver a hora que eu vou escapulir. Quando descobrir que vazei a coroa vai ter que tomar conta do neto.
CEIÇA
A criança continua fazendo escândalo e ela vai zangada para dar um esporro no filho. Ao chegar na sala encontra o menino sozinho. Revoltada com o fato grita aflita:
– Júnior seu peste! Venha ligeiro cuidar do seu mondrongo escandaloso! Será que esse pai desajuizado já saiu escondido sem que eu visse?!… Ah, sujeito oportunista!
E conclui lamuriando:
– Oh, meu Deus!… O que foi que eu fiz de errado pra merecer estar vivendo num calvário desse?!… Agora ainda tenho que “tomar de conta” do “armengue” desse cafajeste!…
JUNHÃO
Enquanto a mãe está no sofrimento para cuidar do neto, ele já está bebendo num bar da orla. Rodeado de amigos, sentindo-se à vontade e muito contente, fala para um deles exaltando os seus feitos:
– Pois é Tadeu…, Netão, o “pivetinho” que é meu filho, puxou a mim; nem precisa fazer o DNA. A velha Ceiça deve estar se corroendo de raiva, porque está tomando conta do neto.
A seguir comenta satisfeito da sua sagacidade:
– Ela ficou “tirando onda” com a minha cara dizendo que era obrigação minha, mas deu um vacilo e eu “capei o gato”. Ela agora que “se vire”, porque o problema é dela.
Depois conclui sorrindo:
– A minha mãe que se “arrombe” cuidando do moleque, porque isso não é serviço de homem. No meu caso, eu preciso de liberdade para poder curtir as minhas farras!
O amigo sorri em sinal de aprovação à atitude dele. A seguir ele eleva um copo cheio de gim com água tônica e gelo como se estivesse brindando e exclama:
– À sua saúde Ceiça, besta velha, “pegue a visão” que o fardo é seu!
E dá uma longa gargalhada.
Autor: Joswilton Lima
Joswilton Lima é natural de Ilhéus-Ba, mas é domiciliado há mais de vinte anos em Morro do Chapéu. Tem formação em Ciências Econômicas, mas sempre foi voltado para as artes desde a infância quando começou a pintar as primeiras telas e a fazer os seus primeiros escritos. Como artista plástico participou de salões onde foi premiado com medalhas de ouro e também de inúmeras exposições coletivas nos estados da Bahia, Sergipe e Pernambuco. Possui obras que fazem parte do acervo de colecionadores particulares e entidades tanto no Brasil, quanto em países do exterior, a exemplo dos E.U.A, Portugal, Espanha, França, Itália e Alemanha.
Em determinada época, lecionou pintura em seu atelier no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, e foi membro de comissões julgadoras em concursos de pintura. Nesse período exerceu a função de Diretor na Associação dos Artistas Populares do Centro Histórico do Pelourinho (primitivistas e naif’s), em Salvador.
Como escritor também foi premiado em diversos concursos de contos tendo lançado um e-book com o título “Enigmas da Escuridão”, com abordagem espiritualista, tendo obtido a nota máxima de 5 estrelas de leitores do site www.amazon.com.br Outros contos e romances também estão sendo escritos.
Concomitante às atividades artísticas, sempre exerceu funções laboriosas em diversos setores produtivos e, por último, se aposentou na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, onde trabalhou por muitos anos na Fiscalização.
Agora tem o prazer de apresentar aos leitores do site www.leoricardonoticias.com.br o seriado de crônicas intituladas Episódios do Junhão, com as quais espera que tenham uma leitura agradável e de reflexão.