Parques eólicos afetam qualidade de vida, danificam propriedades e destroem saúde mental de agricultores pernambucanos, relata BDF

O outro lado da energia eólica: Agricultores recorrem a sindicatos rurais para recuperarem suas terras castigadas pela construção dos parques eólicos

Segundo a entrevista realizada pelo Brasil de Fato, desde 2014 no município de Caetés, a 250 km de distância de Recife, famílias de agricultores da região começaram a receber diversas visitas de representantes da empresa ‘Casa dos Ventos’, que estavam interessados em instalar aerogeradores de energia eólica na cidade e desenvolver parques eólicos na região. A visão que esses representantes passaram aos proprietários rurais era que aqueles que permitissem a instalação de um aerogerador em suas terras, poderiam ficar despreocupados, pois teriam uma aposentadoria para o resto de suas vidas. Atualmente, após 7 anos de toda essa história, Caetés se encontra com mais de 200 geradores instalados na região, algo que afetou não somente a paisagem rural da cidade, mas também a vida e a saúde mental dos agricultores.

O trauma causado pelos parques eólicos:

Reportagem do BdF sobre o Dia Mundial do Vento: conheça os prós e contras da energia eólica – credito: Reprodução/Youtube

Desde o começo do segundo semestre deste ano, uma super comitiva formada por entidades, movimentos sociais, sindicais e parlamentares está indo até Caetés, visitando as áreas de parques eólicos no agreste de Pernambuco, para ouvir os depoimentos das famílias de agricultores sobre os impactos causados por estes grandes empreendimentos na vida dessas pessoas.

Promessas não cumpridas

Os representantes da empresa que construiria os aerogeradores ofereceram a reforma e construção das casas dos agricultores, além do pagamento entre R$ 1.500 e R$ 2.000, por cada aerogerador instalado no terreno. Uma total ilusão, já que um município com menos de 30 mil habitantes e pobre, com o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de 0,522 não teria plenas condições de ter um retorno do que estava sendo investido.

As diversas visitas e conversas entre os representantes e os agricultores foram mediadas pelas prefeituras. Na época, as gestões eram dos prefeitos Armando (PTB, em Caetés), Ernandes (antigo PR, hoje PL, em Venturosa), Zeca Vaz (PTB, em Pedra) e Neide Reino (PSB, em Capoeiras).

O Sindicatos dos Trabalhadores Rurais – STRs não foram convidados para a conversa e só ficaram sabendo das visitas que os pequenos municípios receberam, muito tempo depois de tudo o que havia ocorrido.  

Após impacto eólico, os agricultores protestam por empregos, recuperação de suas terras e indenização contra empresa de energia renovável e seus representantes

Mesmo com todo o ocorrido, os sindicatos ainda tinham uma visão positiva sobre a proposta da ‘Casa dos Ventos’, pois na concepção deles, isso levaria emprego e renda para as famílias, além de melhorar as condições de vida no campo e movimentar a economia local, tudo isso com fonte de energia renovável.

Mas no decorrer de 2014 e 2015 foram feitos diversos estudos e levantamentos, para que a empresa decidisse os locais de construção mais adequados para que fosse feita a instalação dos aerogeradores, que só foram construídos em meados de 2015.

O parque eólico foi batizado de “Ventos de São Clemente”, que entrou em funcionamento no ano seguinte. 100 dos 126 aerogeradores espalhados em propriedades rurais estão instalados em Caetés.

Com o início do funcionamento do parque eólico, começaram a surgir diversos problemas e logo as famílias passaram a recorrer aos sindicatos locais, relatando que estavam sendo lesados tanto em questões de saúde, quanto em questões financeiras, pois suas terras acabaram sendo arduamente prejudicadas.

OBS: Todo o conteúdo deste texto foi reproduzido com base em um entrevista do Portal Brasil de fato pelo escritor Vinícius Sobreira.

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