FMI prevê para este ano maior recessão global desde 1929

Economia brasileira deve recuar 5,3% este ano, segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Foto: Lukas Blazek/Unsplash

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma queda de 3% da economia global este ano diante da pandemia de COVID-19, na maior recessão mundial desde a Grande Depressão de 1929.
A previsão divulgada na terça-feira (14) reflete o impacto da pandemia, forçando uma revisão das estimativas publicadas em janeiro, quando estava previsto um crescimento de 3,3%.
Nos países lusófonos, a instituição prevê uma queda de 1,4% para a economia de Angola, de 5,3% para o Brasil e de 8% para Portugal. Não foram publicadas estimativas individuais para outros países de língua portuguesa.
Em 2021, a economia deve mostrar sinais de recuperação, com a economia angolana avançando 2,6%, a brasileira, 2,9%, e a portuguesa, 5%.
Na zona do euro, economia deve ter uma contração de 7,5%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano deve ter um recuo de 5,9%. Mercados emergentes e economias em desenvolvimento devem recuar 1%.
A pesquisa parte do pressuposto de que a pandemia atingirá seu pico no segundo trimestre para a maioria dos países do mundo, recuando nos últimos seis meses do ano.

Escala

O FMI diz no relatório que “a magnitude e a velocidade do colapso da atividade econômica” causada pela COVID-19 “é diferente de tudo o que já aconteceu na nossa época.”
Em comparação, a economia global recuou 0,1% durante a crise financeira de 2009. A instituição afirma que “esta é uma crise como nenhuma outra” e, por isso, “existe uma incerteza substancial sobre seu impacto na vida e nos meios de subsistência das pessoas.”

Incerteza

Muitos países enfrentam agora várias crises em setores como saúde, finanças e mercados, que interagem de maneiras complexas.
Governos estão fornecendo apoio sem precedentes a famílias, empresas e mercados financeiros, mas continua existindo “uma incerteza considerável sobre qual será o cenário econômico no fim do bloqueio.”
Em relação a 2021, o FMI prevê um crescimento de 5,8% para o PIB global, se a pandemia desaparecer no segundo semestre de 2020 e as ações políticas conseguirem evitar um cenário de falências generalizadas, perda prolongada de empregos e tensões financeiras.
A recuperação será parcial, ficando abaixo do nível que era projetado antes do surto. Em dois anos, a perda acumulada do PIB global pode ser de cerca de 9 trilhões de dólares, mais do que o PIB anual do Japão e da Alemanha juntos.
O FMI afirma que “esta é uma crise verdadeiramente global” e nenhum país será poupado.
Pela primeira vez desde a Grande Depressão, economias avançadas, mercados emergentes e economias em desenvolvimento estarão em recessão ao mesmo tempo. A renda per capita deve diminuir em mais de 170 países.
Segundo a pesquisa, combater a propagação do vírus usando bloqueios “permite que os sistemas de saúde lidem com a doença, o que permite a retomada da atividade econômica.” Nesse sentido, o FMI afirma que não há escolha entre salvar vidas e salvar meios de subsistência.

Resposta

Os países devem continuar investindo em seus sistemas de saúde, realizar testes generalizados e retirar restrições comerciais aos suprimentos médicos.
Outra recomendação é que haja um esforço global que deve garantir que tanto os países de alta renda como os de baixa renda tenham acesso imediato a tratamentos e vacinas quando estes forem desenvolvidos.
Para o FMI, políticas já adotadas por muitos governos “têm sido a salvação para famílias e empresas.” Esse apoio deve continuar durante toda a fase de contenção para minimizar danos como a perda de empregos.
Os governos também devem começar a planejar a recuperação. À medida que as medidas de contenção são levantadas, as políticas devem mudar rapidamente para apoiar a demanda. Medidas como estímulo fiscal, moratória de pagamentos e reestruturação da dívida podem ser necessárias durante recuperação.
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