Fim das restrições de movimento deve ser processo realizado em fases, diz chefe da OMS

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fala em Genebra sobre a pandemia da COVID-19.

Foto: ONU/Eskinder Debebe

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em uma reunião virtual das principais economias globais do G20 no domingo (19) que, embora seja encorajador que alguns países estejam planejando diminuir os bloqueios contra a COVID-19, “é essencial que essas medidas sejam um processo realizado em fases”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus reiterou o agradecimento da ONU ao G20 por se comprometer a fortalecer ainda mais o mandato da OMS na coordenação da luta internacional, observando que todos os países do grupo foram afetados e todos estão em diferentes estágios da resposta.
Com alguns países como Áustria, Alemanha e Itália começando a anunciar um alívio das restrições, com base em dados encorajadores como a queda de casos e de mortes em hospitais, Tedros disse que era fundamental ver o levantamento das restrições de movimento “não como o fim da a epidemia em qualquer país; mas apenas o começo da próxima fase”.
“É vital nesta próxima fase que os países eduquem, engajem e capacitem seus cidadãos para prevenir e responder rapidamente a qualquer ressurgimento”, disse ele, acrescentando ser essencial garantir capacidade de “detectar, testar, isolar e cuidar de todos os casos e rastrear todos os contatos e garantir que seus sistemas de saúde tenham capacidade para absorver qualquer aumento de casos.”
Ele recebeu uma promessa do país que está na presidência do G20, a Arábia Saudita, de mobilizar 500 milhões de dólares para apoiar os esforços globais contra a pandemia, incluindo ações concretas com o Global Innovation Hub do G20 para a Saúde, a Digital Health Task Force e o Global Patient Safety Leaders Group.
O chefe da OMS disse estar profundamente preocupado com o fato de que o vírus parece estar agora “ganhando ritmo em países que carecem da capacidade de muitos países do G20 de responder a ele”. “É necessário apoio urgente, não apenas para que possam responder à COVID-19, mas para garantir a continuidade de outros serviços de saúde essenciais.”

OMS soou o alarme “alta e claramente”

Em resposta às críticas dos Estados Unidos e de outros céticos sobre o tratamento dado pela OMS aos estágios iniciais da emergência internacional de saúde na China, Tedros declarou que “desde o início”, a agência “tocou o alarme em tom alto e claro”.
“E continuamos cumprindo nosso mandato de coordenar a resposta global, trabalhando com parceiros para salvar vidas. Reunimos milhares de cientistas e especialistas em todo o mundo para desenvolver orientações técnicas detalhadas para os países. Enviamos suprimentos de diagnóstico de laboratório e equipamentos de proteção individual para muitos países e ampliamos a capacidade de testagem.”
Tedros observou que a OMS treinou mais de 1,5 milhão de profissionais de saúde, lançou o estudo “Solidariedade”, para gerar dados robustos de segurança e eficácia sobre quatro medicamentos, o que pode levar a um avanço no tratamento para diminuir a taxa de mortalidade.
A comunidade internacional se uniu em apoio à resposta global, disse ele ao G20, com mais de 900 milhões de dólares prometidos até agora para o Plano Estratégico de Preparação e Resposta da agência.
Por meio da Força-Tarefa da Cadeia de Suprimentos da ONU, ele disse que a OMS estava trabalhando com o Programa Mundial de Alimentos (WFP) e outros parceiros para distribuir equipamentos de proteção individual a países de todo o mundo.
Tedros concluiu fazendo três pedidos às economias mais poderosas do planeta: “primeiro, exortamos cada um dos países a continuar lutando contra a pandemia com determinação, guiada pela ciência e pelas evidências. Segundo, esperamos que os países do G20 continuem apoiando a resposta global à COVID-19.”
“Em breve publicaremos um segundo Plano Estratégico de Preparação e Resposta, com uma estimativa dos recursos necessários para a próxima fase.”
Por fim, ele pediu a todos os países do G20 que trabalhem juntos para aumentar a “produção e distribuição equitativa” de suprimentos essenciais e que removam barreiras comerciais que colocam em risco os trabalhadores da saúde e seus pacientes.
“A pandemia da COVID-19 nos lembrou uma verdade simples: somos uma só humanidade. Compartilhamos o mesmo planeta. Compartilhamos as mesmas esperanças e sonhos. Compartilhamos o mesmo destino”, concluiu.
https://nacoesunidas.org/?p=177936

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