Comunidade Quilombola dos Brejões Abandonada: Moradores Sofrem com Falta de Atendimento Médico e Estrutura Básica

Redação – 01/06/2025

Brejões, Morro do Chapéu (BA) – Há anos esquecida pelo poder público, a Comunidade do Brejões (Gruta), localizada na zona rural de Morro do Chapéu, onde se encontra uma das maiores cavernas do mundo, enfrenta uma grave crise na assistência à saúde. Os moradores denunciam a falta de atendimento médico, vacinação para crianças, transporte de ambulância e até mesmo uma Unidade de Saúde da Família (USF) que funcione de forma regular, haja vista que a população depende da USF de Umburaninhas onde busca atendimento para mais de 48 famílias que residem em Brejões.

Falta de Estrutura Básica

Os residentes relatam que, para conseguir atendimento urgência ou emergência, precisam percorrer longas distâncias até a sede do município, muitas vezes de moto ou em transporte precário já que não existe apoio por parte da prefeitura. “Quando alguém fica doente, é um desespero. Não temos médico, não tem remédio, e se for urgência, não tem ambulância para nos levar”, desabafa Dona Maria Silva, moradora local e mãe de duas crianças.

A situação é ainda mais crítica para as gestantes e idosos, que dependem de acompanhamento médico regular. “Minha filha pequena não tomou as vacinas deste ano porque não veio nenhum agente de saúde aqui”, reclama outro morador, que preferiu não se identificar.

A Prefeitura de Morro do Chapéu, responsável pela assistência à população, retirou o único médico que realizava atendimento na Comunidade, segundo uma moradora, já faz mais de 1 ano que o médico deixou de visitar e atender os moradores da localidade. Com isso, crianças, jovens e idosos estão sem receber os cuidados básicos na saúde preventiva e diagnóstica. Para um liderança da associação local, a prefeitura conhece a situação mas não se compromete em apresentar um plano concreto para resolver o problema. Desde a eleição de 2018 foi prometida a construção de uma USF no povoado, mas até agora nenhuma obra foi iniciada.

Enquanto isso, os moradores seguem sem acesso a serviços essenciais, como consultas, medicamentos e até mesmo campanhas de vacinação. “A gente se sente invisível. Parece que ninguém se importa com a nossa saúde”, lamenta Dona Francisca, de 68 anos.

Apelo às Autoridades

A comunidade exige uma resposta urgente da prefeitura, do governo estadual e das empresas de energia eólicas que estão implantando parques de alto impacto ambiental e precisam realizar ações que favoreça a qualidade de vida das pessoas que vivem nas comunidades afetadas pelos parques de energia eólica.

Representantes locais afirmam que vão protocolar um pedido formal de intervenção, mas os moradores já perderam a esperança. “Só queremos o básico: saúde digna para nossas famílias”, resume um líder comunitário. Além disso, a comunidade ressalta que as estradas que dão acesso ao povoado já estão muito deterioradas e dificultam ainda mais o fluxo de mercadorias e serviços para o local. De acordo com um morador antigo, algumas pessoas estão procurando apoio no município de João Dourado, inclusive para atendimento médico, aquisição de alimentos e insumos, em virtude deste ser o único acesso de estrada de chão que ainda se encontra em condições razoáveis para o tráfego.

Enquanto a situação não for resolvida, Brejões continuará sendo um exemplo do abandono das comunidades quilombolas rurais na Bahia.

Fonte: tragora.com.br

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