Segundo levantamento, 18,5% dos prefeitos eleitos têm propostas voltadas para o combate ao racismo e promoção da igualdade racial.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia é o estado com a maior população negra do Brasil, com 80,2% de seus habitantes se identificando como pretos ou pardos. Essa representatividade significativa reflete a importância histórica e cultural da população negra no estado, que também é um dos principais cenários de discussão sobre racismo e políticas de igualdade racial. Contudo, a realidade social da Bahia revela desafios persistentes na luta contra a desigualdade e a discriminação racial.
Embora a população negra represente uma grande maioria, um levantamento realizado pelo Bahia Notícias revela que apenas 77 dos 417 prefeitos eleitos no estado incluem propostas específicas para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial em seus planos de governo. Esse número evidencia uma discrepância alarmante entre a composição racial da população baiana e o nível de atenção dado pelas administrações municipais às políticas públicas que enfrentam o racismo estrutural e promovem a inclusão social.
Desses, apenas 46 municípios abordam diretamente o combate ao racismo em seus planos. Algumas das propostas incluem a implementação de políticas públicas para garantir os direitos e a representação de grupos raciais minoritários e da população LGBT, além de criar mecanismos para enfrentar o racismo institucional. A eleita prefeita de Lauro de Freitas, Débora Regis, por exemplo, se comprometeu a adotar políticas inclusivas e combater o racismo em todas as ações de gestão municipal.
Em outros 17 municípios, os prefeitos eleitos propõem ações mais diretas para enfrentar o racismo estrutural, entre os quais estão Salvador, Mairi, Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Camaçari, Maragogipe, Lauro de Freitas, Mansidão, entre outros. O plano de governo do prefeito reeleito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), inclui a criação do Programa Anti Racismo, que visa atuar desde a primeira infância para combater a discriminação racial.
Apesar das promessas de avanço, os números ainda indicam que a luta contra o racismo estrutural precisa ser uma prioridade mais constante e eficaz nas gestões municipais da Bahia.
Fonte: blogdovalente.com.br