Você sabia que é possível aprender matemática na cozinha? Essa é a ideia do projeto “Matemática com sabor de Quilombo”, do coordenador pedagógico José Rosa de Brito, do Quilombo de Queimada Nova, no Morro do Chapéu, na Bahia.
“A gente percebia que mesmo nos anos finais, os meninos não tinham assimilado conceitos e habilidades básicas de matemática. Por isso, resolvemos utilizar uma nova estratégia para fazer com que percebessem sentido nessa matéria”, explica o professor.
Nas oficinas, os alunos trabalham juntos para preparar receitas e resolver problemas matemáticos. O projeto ainda valoriza o patrimônio cultural dos quilombos, já que as receitas são das comunidades quilombolas de Velame e Queimada, no Morro do Chapéu.
Brito comenta que os alunos vão aprendendo e ensinando os colegas. “É uma abordagem coletiva que gera aprendizado e reforça conceitos de união e partilha, evidenciado, por exemplo, no momento em que trabalhamos frações e dividimos bolos e acarajés em partes iguais”, diz.
A partir disso, os estudantes entendem a matemática como uma prática prazerosa e aplicável.
O projeto vai na contramão da tendência de ansiedade com matemática entre alunos brasileiros. Dados do Pisa 2022 mostram que 65,1% dos estudantes se sentem ansiosos com a possibilidade de reprovar na disciplina.
Além disso, 74,2% dos alunos brasileiros muitas vezes se preocupam em ter dificuldade nas aulas de matemática; e 64,3% se sentem incapazes de resolver um problema de matemática.
Edital Matemática nos Anos Finais
“Matemática com sabor de Quilombo” foi um dos projetos selecionados pelo Edital Matemática nos Anos Finais, do Itaú Social em parceria com o Ministério da Educação.
O concurso ofereceu entre R$ 10 mil e R$ 80 mil para projetos que promovem a aprendizagem em matemática por meio da qualificação do ensino nos anos finais do ensino fundamental nas escolas públicas brasileiras.
Fonte: cnnbrasil.com.br
