Zé Livrório: “Sinto que nasci para a arte-educação e para a alegria”

“Pense num cabra pichado de contentamento! Este sou eu. Este é Zé Livrório”
8/2/2025-19h

De Salvador aos grotões da Bahia Grande, com incursões já em outros Estados do Nordeste, se você se deparar com um cabra arrodeado de crianças em euforia, contentamento e com enorme vontade de ouvir músicas e histórias infantis a partir de uma velha Kombi pampa, não fuja dele.

Bem diferentemente de fugir, se aproxime. Vá pra riba. Ali, você verá uma coisa muito boa acontecendo. Ali, estarão em ação Zé Livrório e sua trupe de arte-educadores bem dispostos a espremer o carnegão da tristeza, da chatice, das cinzas, e a se atracar com a alegria de viver, de entreter e, sim, de educar também.

Ali, no centro daquela algaravia toda, você vai encontrar Cristóvão Cerqueira, 61 anos, literalmente envelopado no personagem Zé Livrório, dando o melhor de si na prática de um entretenimento que quer, antes de tudo, contribuir para a educação de crianças e adolescentes a partir da arte.

Ele é licenciado em Matemática, professor com uma passagem de 27 anos pelos bancos de escolas públicas em municípios da Bahia, como Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, e América Dourada, Cafarnaum, João Dourado e Jussara, no Centro-Norte – e tocador de

um bocado de instrumentos, sobretudo de violão e flauta.

Mas como nasceu essa brincadeira assim meio que muito séria? “O Zé Livrório nasceu a partir do meu desejo de levar o trabalho de arte-educação através de um projeto itinerante. Em 2020, no início da pandemia, encomendei um figurino com desenhos de páginas de livros e fiz o que, para muitas pessoas, parecia uma loucura: troquei uma Tucson, meu carro de passeio, por uma Kombi “véia”. Convidei um artista para grafitar a chaparia dela, coloquei prateleiras no interior do veículo e caí pra dentro das comunidades, especialmente as da zona rural”, revela Cristóvão.

Para encorpar mais e mais a brincadeira séria do pai, “também caiu para dentro” do projeto o filho Danilo Ribeiro, 39 anos, um jornalista de boa carenagem, bem-postado na comunicação social da Bahia e laços fortes com Salvador.

Danilo Ribeiro viu logo a grandeza da invenção artística do seu velho e assumiu a direção do Projeto Zé Livrório. E o fez embicar. É de autoria dele, por exemplo, três livros escritos, editados e lançados na cacunda de Zé Livrório.

O sucesso vem dos tambores das aldeias tocados pela temática dessas publicações – “Zé Livrório e a Sanfona Voadora”, “Zé Livrório na Cidade do São João” e “Zé Livrório e a Carranca Encantada” –, sempre falando de coisas reais da vida dessas comunidades contadas e relidas para as pessoas que vivem nelas.

Isso tudo faz de Cristóvão Cerqueira um sujeito mais feliz do que um pinto no lixo. “O momento do Zé e da Kombi dele está tão bacana que o Zé Livrório deixou de ser um mero personagem e virou meu nome artístico. Fui de Cristóvão Cerqueira Zé Livrório, e pense num cabra pichado de contentamento! Este sou eu. Este é Zé Livrório. E, modéstia à parte, sinto que nasci para a arte-educação e para a alegria”, avisa o moço, licenciando nas coisas das contas pela FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências.

Cristóvão Gomes de Cerqueira nasceu no dia 4 de abril de 1963 na cidade de Morro do Chapéu. Ele é filho de João Nunes de Cerqueira e de Maria Gomes Cerqueira – a lendária Mariinha, uma mulher que irradiava luz e positividade por todos os poros.

Zé Livrório/Cristóvão Cerqueira no povoado Tareco, em Morro do Chapéu, levando a sério sua mariola da arte-educação

Zé Livrório elevado à potência da xilogravura: um pop star meio “adiferentado”

SÓ SEI QUE ASSIM NASCEU ZÉ LIVRÓRIO!

“Em 2020, no início da pandemia, encomendei um figurino com desenhos de páginas de livros e fiz o que, para muitas pessoas, parecia uma loucura: troquei uma Tucson, meu carro de passeio, por uma Kombi “véia”. Nasceu a partir do meu desejo de levar o trabalho de arte-educação através de um projeto itinerante”

JLPolítica & Negócio – Como é que nasce o personagem Zé Livrório?

Zé Livrório – O Zé Livrório nasceu a partir do meu desejo de levar o trabalho de arte-educação através de um projeto itinerante.

 

JLPolítica & Negócio –  Quando se deu isso?

ZV – Em 2020, no início da pandemia, encomendei um figurino com desenhos de páginas de livros e fiz o que, para muitas pessoas, parecia uma loucura: troquei uma Tucson, meu carro de passeio, por uma Kombi “véia”. Convidei um artista para grafitar a chaparia dela, coloquei prateleiras no interior do veículo e caí pra dentro das

comunidades, especialmente as da zona rural.

 

JLPolítica & Negócio – Houve recepção imediata?

ZV – Ah, sim. Rapidamente, a Kombi do Zé virou a sensação da meninada e, a partir daí, Danilo Ribeiro, jornalista e meu filho mais velho, começou a dirigir e a profissionalizar o projeto, que passou a alcançar dimensões não imaginadas inicialmente. O momento do Zé e da Kombi dele está tão bacana que o Zé Livrório deixou de ser um mero personagem e virou meu nome artístico. Fui de Cristóvão Cerqueira a Zé Livrório, e pense num cabra pichado de contentamento! Este sou eu. Este é Zé Livrório, E, modéstia à parte, sinto que nasci para a arte-educação e para a alegria.

Zé Livrório e três dos da sua renca de testosterona descendente: Hugo Ribeiro Cerqueira, João Miguel Mendes Cerqueira e Danilo Ribeiro

DA ARTE DE IR LONGE COM ZÉ LIVRÓRIO

“Já estivemos em todas as regiões da Bahia, que é um Estado gigante, e, em outubro passado, tivemos o prazer de ir ao Rio Grande do Norte, onde fizemos 12apresentações no mês das crianças. Nessa aventura, rodamos mais de dois mil quilômetros na Kombi”

JLPolítica & Negócio – Até onde ele já lhe levou em suas aventuras lúdicas e de arte-educativas?  

ZV – Me levou muito longe. Já estivemos em todas as regiões da Bahia, que é um Estado gigante, e, em outubro do ano passado, tivemos o prazer de ir ao Rio Grande do Norte, onde fizemos 12 apresentações no mês das crianças. Nessa aventura, rodamos mais de dois mil quilômetros na Kombi, enfrentando muitos perrengues, mas

encarando a missão com muita alegria.

 

JLPolítica & Negócio – Qual foi o maior evento em que o senhor esteve com ele e sua Kombi?

ZV – Acredito que, por ser a maior festa popular do planeta, tenha sido o Carnaval de Salvador o maior evento em que já estivemos presentes. Pelo terceiro ano seguido, esperamos marcar presença, este ano, no Pelourinho, tocando com nossa banda no palco móvel da Kombi do Zé

e distribuindo livros. Livros à mão cheia, como diria o mano velho Castro Alves.

 

JLPolítica & Negócio – Zé Livrório já chegou embrulhado na velha Kombi ou ela vem depois?

ZV – A Kombi veio depois, mas não somente ela. Criamos um grande portfólio de produtos e atividades. Danilo começou a escrever histórias com a trupe de Zé Livrório e, hoje, temos três livros lançados com mais de 50 mil exemplares distribuídos para a meninada.

Zé Livrório na pose do bem-bom do personagem que já anula a identidade civil do professor Cristóvão Cerqueira

DO QUE É CAPAZ DE FAZER A TRUPE DO ZÉ

“Temos toda a estrutura de show com palco móvel, som e iluminação, e fornecermos tudo o que for necessário para um evento infantil. Atualmente, temos a atividade “Chama Que a Kombi Vai”, evento próprio que coloca mais de mil crianças nas ruas. Sem falar das festas literárias, nas quais sempre estamos

presentes”

JLPolítica & Negócio – Os livros são vendidos?

ZV – É importante frisar que são distribuídos, pois são livros subsidiados pelas instituições parceiras do nosso projeto. Além disso, temos toda a estrutura de show com palco móvel, som e iluminação, e fornecemos tudo o que for necessário para um evento infantil. Atualmente, temos a atividade do Chama Que a Kombi Vai, evento próprio, que coloca mais de mil crianças nas ruas. Sem falar das festas

literárias, nas quais sempre estamos presentes.

 

JLPolítica & Negócio – Quais são os títulos dos três livros? Eles contam o quê? São todos de sua autoria?

ZV – São livros de autoria do meu filho mais velho, o jornalista Danilo Ribeiro, e chamam-se “Zé Livrório e a Sanfona Voadora”, “Zé Livrório na Cidade do São João”, que trata de temas obviamente juninos, e “Zé Livrório e a Carranca Encantada”, evocando as tradições desses amuletos dos barqueiros e tendo por base as histórias do Rio São Francisco a partir de Juazeiro, na Bahia.

 

JLPolítica & Negócio – São lançamentos recentes?

ZV –  São. O “Zé Livrório e a Sanfona Voadora” é de 2022. A história é, obviamente, engraçada: para alcançarem o disco voador no espaço, Zé Livrório e sua trupe viajam a bordo de uma Sanfona Voadora. Repare: os baixos e o teclado são as asas. Quanto mais a sanfona balança, mais forró toca para a criançada durante a aventura. Já o “Zé Livrório na Cidade do São João” é de 2023. Ali, Zé Livrório e sua turma passeiam pela cultura da cidade do São João através de um desfile de carroças. Durante a aventura, a meninada encara o desafio de promover acessibilidade para que cegos e cadeirantes também participem do desfile. E “Zé Livrório e a Carranca Encantada” é de 2024. Ali, a turma passeia de barco pelo Rio São Francisco e, para surpresa geral, conhece uma carranca sorridentezinha, sem cara de mau. Durante a jornada, a turma se conscientiza sobre o combate ao assoreamento e à poluição do Velho Chico.

Um par de gente diferente: João Cerqueira e sua Mariinha, os pais de Cristóvão Cerqueira e de mais quatro

DE COMO REAGE A GURIZADA A ZÉ LIVRÓRIO

“É sempre uma reação de muito encantamento. É de uma satisfação imensa criar laço afetivo entre as crianças e a literatura. A música termina sendo o grande instrumento para isso. Quando vamos fazer um show, nos preocupamos desde com o lanche da meninada até com os detalhes do palco, para que a experiência seja a mais encantadora possível”

JLPolítica & Negócio – Existe um segredo-macete para acertar o gosto literário de uma criança?

ZV – O macete é despertar o sentimento de pertencimento e a curiosidade da criançada através de personagens reais e conhecidos das vidas deles e das localidades onde moram.

 

JLPolítica & Negócio – Qual tem sido a reação básica da gurizada perante Zé Livrório?

ZV – É sempre uma reação de muito encantamento. É de uma satisfação imensa criar laço afetivo entre as crianças e a literatura. A música termina sendo o grande instrumento para isso. Quando vamos fazer um show, nos preocupamos desde com o lanche da meninada até com os detalhes do palco para que a experiência seja a mais encantadora possível.

A Kombi do Zé Livrório fazendo pose pra mais alegria da micareta de Feira de Santana

ISSO SERIA IMPOSSÍSVEL SEM A MÚSICA

“A música é o grande instrumento para aproximar as crianças da literatura. De música, todo mundo já gosta naturalmente. De literatura, todo mundo precisa gostar. O Projeto Zé Livrório tem por base e insumo o encantamento primordial da minha própria pessoa. É algo ontologicamente fundado na minha visão de mundo, de educação, de música, de felicidade e de alegria”

JLPolítica & Negócio – E da parte dos gestores de educação e de cultura, o que o senhor tem colhido?

ZV – Posso dizer que eles ficam encantados, principalmente pelo ineditismo de propósito do nosso projeto. Levamos um combo de produtos e serviços que ajudam demais às demandas deles. Quando as crianças percebem que o personagem protagonista do livro é o

próprio Zé Livrório que está ali na frente delas, faz com que

a literatura gere nelas um sentimento de pertencimento,

que é algo próximo à realidade de onde vivem.

 

JLPolítica & Negócio – O senhor tem colhido depoimentos animadores de pais e mães?

ZV – Temos. E, em geral, são de parceria, porque normalmente os pais e os avós sabem das histórias contadas nos livros ou conhecem os personagens inclusos nessas publicações.

Zé Livrório e sua Kombi instalação na Festa Literária de Castro Alves, na Bahia: algo acontece aqui!

LEVA QUEIXA CONTRA O MODELO DE EDUCAÇÃO

“Confesso que tem muita gente bem-intencionada e com projetos bacanas voltados para melhorar o modelo educacional. A queixa principal é contra uma maioria que detém o poder e não divide o bolo de forma igualitária e justa para beneficiar aquele que tanto necessita e está lá na ponta, que é o aluno”

JLPolítica & Negócio – O senhor acha que a formatação

e a existência de Zé Livrório seriam possíveis não

fosse a sua ligação com a música?

ZV – Não seriam de forma alguma. Jamais! Como disse, a música é o grande instrumento para aproximar as crianças da literatura. De música, todo mundo já gosta naturalmente. De literatura, todo mundo precisa gostar. Ademais, o Projeto Zé Livrório tem por base e insumo o encantamento primordial da minha própria pessoa. É algo ontologicamente fundado na minha visão de mundo, de educação, de música, de felicidade e de alegria.

 

JLPolítica & Negócio – Seus primeiros experimentos em sala de aula como arte-educador que deram nesse personagem eram em torno da Matemática ou da leitura e de questões de língua portuguesa?

ZV – Minha experiência como arte-educador vem de muito antes de me tornar um professor de fato. Nos anos 1990, eu tinha um coral de música, e ali já praticava a arte de educar por meio da música. E preciso deixar patente: nisso, não sou inventor de roda alguma.

Garotada de Tareco, no Morro do Chapéu, virou uma clientela ativa de Zé Livrório, sua Kombi e seus leros literários

DO CACHÊ QUE ATRAIA ZÉ LIVRÓRIO

“Temos cachês em diversos padrões. Eu nem me meto nessa parte. Se for por Zé Livrório, o contrato está sempre fechado. Gosto de tocar, de me apresentar. E, além do mais, Danilo Ribeiro, que é nosso empresário, sempre faz o esforço necessário para atender aos pedidos”

JLPolítica & Negócio – O senhor ainda está na atividade acadêmica com conteúdos aplicados em salas de aulas?

ZV – Sim, mas só com o trabalho de arte-educação. Não mais como professor de Matemática.

 

JLPolítica & Negócio – O senhor foi professor em mais de um município. Onde e por quanto tempo?

ZV – Sim. Ensinei em Morro do Chapéu, América Dourada, Cafarnaum, João Dourado e Jussara, entre outros, por um bocado de anos – 27, para ser mais preciso.

Zé Livrório com sua Mariinha e os quatro irmãos: Eugênio Cerqueira, João Cerqueira Filho, Vera Cerqueira, Cristóvão e Yara Cerqueira

UM ZÉ QUE ANIMA DA CRIANÇA AOS IDOSOS

“Meu trabalho com idosos é uma outra paixão. O abrigo da minha cidade, Morro do Chapéu, inclusive, leva o nome de meu pai, João Cerqueira. Durante anos, ele foi o gestor. Paralelamente a isso, sempre tive um trabalho de coral com idosos, e é uma interação

fantástica”

JLPolítica & Negócio – O senhor tem queixas do modelo educacional público aplicado sobre as crianças do Brasil?

 ZV – Confesso que tem muita gente bem-intencionada e com projetos bacanas voltados para melhorar o modelo educacional. A queixa principal é contra uma maioria que detém o poder e não divide o bolo de forma igualitária e justa para beneficiar aquele que tanto necessita e está lá na ponta, que é o aluno.

 

JLPolítica & Negócio – O senhor nunca foi convidado

para algum evento no Estado de Sergipe?

ZV – Ainda não. Mas tenho certeza de que o convite virá em breve. E aí, é como diz o meu bordão: chama, que a kombi vai!

Zé Livrório, um exemplar de “Zé Livrório e a Sanfona Voadora” e uma pequena leitora: cativando crianças com a história delas mesmas

“110% DO QUE SOU E FAÇO VÊM DE DONA MARIINHA”

“Dona Mariinha era uma sábia. Tinha o belo dom de filtrar e escolher viver somente as coisas boas da vida. Gostava muito de cantar e, inclusive, cantava no nosso coral de idosos. A memória dela sempre foi fantástica e contemplava não somente a família. Morreu aos 94 anos com a mente intacta e cantando com muita

alegria, mesmo acamada”

JLPolítica & Negócio – Custa caro o cachê de Zé Livrório para se fazer presente num evento?

ZV – Temos cachês em diversos padrões. Eu nem me meto nessa parte. Se for por Zé Livrório, o contrato está sempre fechado. Gosto de tocar, de me apresentar. E, além do mais, Danilo Ribeiro, que é nosso empresário, sempre faz o esforço necessário para atender aos pedidos.

 

JLPolítica & Negócio – Zé Livrório em cena é um personagem solo ou atua em grupo?

ZV – Ele atua em grupo. Hoje, temos a trupe fixa do Zé com vários personagens e uma banda que também compõe a cena.

Zé Livrório: nunca passou por Sergipe, mas sente que a possibilidade está se aproximando e faz gosto

JLPolítica & Negócio – O senhor não pensa num projeto que cubra o Estado da Bahia inteiro com as ações de Zé Livrório?

ZV – Sim, penso. É o Chama Que a Kombi Vai, e iremos fazer este calendário já agora em 2025, com 27 apresentações, uma em cada um dos territórios de identidade da Bahia.

 

JLPolítica & Negócio – Como é que se dá essa outra

vertente sua de animador de asilos de idosos?

ZV – Ah, esse meu trabalho com idosos é uma outra paixão. O abrigo da minha cidade, Morro do Chapéu, inclusive, leva o nome de meu pai, João Cerqueira. Durante anos, ele foi o gestor do abrigo.  Paralelamente a isso, sempre tive um trabalho de coral com idosos, e é uma interação fantástica. Puxo as marchinhas antigas de carnaval, e os idosos viram verdadeiras crianças. Creio que esse é o verdadeiro espírito que devemos cultivar.

Zé Livrório: a qualquer evento em que ele e sua Kombi estejam presentes, é certeza de público

JLPolítica & Negócio – Ela, a Kombi, tem um nome?

ZV – Sim. Leva o nome do personagem: a Kombi do Zé.

 

JLPolítica & Negócio – É o senhor mesmo quem a

pilota?

ZV – Sim! E é até engraçado falar sobre isso. Recentemente, contratamos um motorista com carteira D, mas, na hora de dirigir a Kombi para o Rio Grande do Norte, quem disse que ele sabia lidar com a folga no volante e com o encaixe das marchas, doces “virtudes” da bichinha? Portanto, a Kombi do Zé quem pilota é o próprio Zé. Os dois se entendem.

A Kombi do Zé: uma Mula Ruana motorizada pro tropeiro Zé Livrório causar nas brenhas das alegrias

JLPolítica & Negócio – Quanto por cento de sua vocação para a música e para as coisas memorialísticas vem de Dona Mariinha, sua mãe, uma cantante de boa memória até as altas horas dos seus 94 anos?

ZV – Olha, eu acho que 110 por cento do que sou e faço vêm dela (risos). Dona Mariinha era uma sábia. Tinha o belo dom de filtrar e escolher viver somente as coisas boas da vida. Gostava muito de cantar e, inclusive, cantava no nosso coral de idosos. A memória

dela sempre foi fantástica e contemplava não somente a família. Morreu aos 94 anos com a mente intacta e cantando com muita alegria, mesmo acamada.

 

JLPolítica & Negócio – Há réplica de Mariinha na família

ou ela foi e será cópia única?

ZV – Réplica, não, porque minha mãe foi uma figura muito singular. Mas todos nós, de algum modo, herdamos e seguimos reproduzindo o jeito Mariinha de ser ao tocar, cantar, contar histórias e, acima de tudo, no modo de ter fé, de ter certeza de que na vida tudo se ajeita.

Tempo de livros: em Vitória da Conquista, na companhia de Danilo Ribeiro, o animado lançamento de “Zé Livrório e a Sanfona Voadora”, em 2022

Fonte: jlpolitica.com.br

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